Melpômene
Eles se separam assim como
Fazem aqueles que nunca amaram.
Era um dia frio desses de inverno
E eles sabiam que
Ninguém mais sorria.
Ele não a amava,
E muito menos ela
Que em todos os sábados chorava.
Num sábado desse ela fora embora
E o pobre homem ficou sozinho.
E agora, o infeliz é quem chora.
Ela correu para o fim de tudo
Mas o fim de tudo ainda era o começo.
O casal desgraçado de não amantes,
Tiveram um filho numa
Dessas noites errantes.
A criança cuspia sangue pelo nariz,
Chorando e se afogando no seu próprio vômito.
Por um erro do tempo ela ainda estava vivendo.
Quando enfim alguém gritou;
" O pequeno, Oh pequeno! Estás morrendo.
O pobre homem queria leva-lo para sua casa,
Agora sua tumba será embaixo de sua asa.
Às escondidas seguia a rua do poço,
A coruja girava o pescoço,
Para olhar o pobre, desonrado e
Desesperado homem.
A charrete fez muito barulho,
Acordou todo mundo, saíram fora,
E viram o caixão sendo levado embora.
Peguem o ladrão de defunto,
Que roubas os olhos dos mortos,
Que já vivem em outro mundo!
O pobre e coitado homem
Sem dizer nada, ficara calado,
Como que soubesse que ia morrer.
Fora levado até a colina,
Onde o seu amor prometeu,
Onde conheceu àquela menina,
Que agora o desconheceu...
O pobre e desgraçado homem,
Recebeu sua sentença;
Serás então, vagabundo, enforcado!
Não serás salvo nem mesmo
Pela sua humilde crença!
E junto, seu filho fora colocado.
Agora estão mortos, contíguos e enterrados.
E para sempre, o homem fora honrado!