O último adeus.

Um copo de champagne...

As velas estão acesas, queimando lentamente.

Brindarei então à solidão, rindo de mim mesmo.

Abro a janela, já é noite.

Pôr quanto tempo me mantive exilado?

Auto exílio é melhor que dois corações machucados.

Sua insatisfação aumenta ainda mais meu desgaste.

Deste resto de alegria tirei proveito.

O rascunho de desejos, obra-prima mal acabada, vê ?

Meu coração frágil anda batendo tão triste.

As lembranças de nós dois em minha cabeça passam como reprises.

De uma história de amor.

Que eu nunca soube escrever.

Sou poeta, romancista.

Ateu, cristão, pessimista.

Crente na existência de um amor.

Que derrete gélidos corações com o fogo de emoções.

Que invade sonhos, tornando-os agradáveis.

Sua imagem me conforta, fecho os olhos agora.

Porque o vento entrou pela janela e apagou as velas que sombreavam...

Meus gritos de saudade.

Adormeci te chamando, sentindo teu cheiro entre as cobertas.

Meus olhos molhados já não oferecem resistência.

Tão pouco meu coração que bate tentando te esquecer.