Psicologia do inconsciente

O principal embargo da sociedade terrena reside na alquimia das necessidades em desejos. As pessoas compram coisas não visando a real necessidade de obte-las, mas o status que as marcas evocam. Elas são induzidas a consumir desejos na ilusão de estarem suprindo suas necessidades, quando na verdade estão sendo deliberadamente ludibriadas pra que insiram dinheiro nos fartos bolsos dos magnatas-ventríloquos que vilipendiam o planeta distorcendo a realidade com riqueza de eficácia. A páscoa ilustra bem isso. Metamorfosearam Jesus, um ser que deixou luz intensa por onde passou e venceu a morte junto as suas incontáveis manifestações, num coelho imbecil que distribui ovos de chocolate pra aqueles que podem comprar. No inicio do século passado, Freud deu ao mundo o estudo de algo intitulado psicologia do inconsciente. Cada ser é um universo incrivelmente complexo e repleto de necessidades e desejos. Segundo esse estudo, as necessidades são finitas, ou seja, possuem meios de serem sanadas, já os desejos, estes são infinitos. O grande truque consiste em camuflar desejos como fossem necessidades pois assim é possível vender mais e mais e mais e arrancar dinheiro pra sempre e sempre, uma vez que desejos são insaciáveis. Não por acaso os anúncios publicitários o seduzem e te elevam ao patamar de herói bem sucedido caso adquiras o espetacular produto do anunciante x (que é apenas um cliente buscando a otimização da comercialização de seus produtos). Tal mecanismo se estende não somente no marketing, mas em absolutamente todas áreas da confusa vida humana. Política, religião, culturas, relações sociais, Tudo pautado na intensa inversão de valores. E assim existimos em meio a esse engodo, alimentando mentiras fabricadas como a quem segue uma receita infalível de um bolo caseiro e nem preciso dizer quem é a massa. Luzindo reis-ricos-marionetes por fora e miseráveis por dentro. Com castelos forjados no alicerce de futilidades efêmeras que desmoronam ao soprar de qualquer coisa mais profunda. Cabe a nós decidirmos se perpetuaremos isso ou imergiremos dentro de nós mesmos, não buscando um iphone 85485485, mas a alma.

Cristiano Corrêa
Enviado por Cristiano Corrêa em 18/04/2017
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