EM TEU FOGO SERPENTINO.

Em teu fogo serpentino meus desejos vão ao pico,

Não me sinto um cretino, mas reconheço o sacrifício,

Para suportar sem ti tudo que tenho sentido,

Nos dias que se sucedem no jardim as lindas rosas,

A cada dia mais frondosas, me saudando com teu viço,

Nas ruas o teu caminhar sempre a me provocar,

Com o requebrado das cadeiras, as tuas canelas grossas,

Com tornozelos afilados, tuas coxas torneadas,

Com esta cintura fina, teus contornos e a minha sina,

Parecem impregnados, moramos no mesmo bairro,

Dobramos as mesmas esquinas, os horários coincidem,

Mas nosso amor não progride tu sempre fostes traquina,

Mas agora já madura me desenganas ó criatura,

Por quanto me alucinas sonho com tuas carícias,

Todas elas que delícia, mas me acordo sozinho,

Eu caprichei em meu ninho, mas diante da clausura,

Parece só ter espinho e o fato de está sozinho,

O terror se configura, mas Deus sabe o que faz,

Eu buscarei a minha paz sepultando aos meus desejos,

Se não tenho os teus beijos, não quero de ninguém mais.

PUBLICADO NO FACE EM 02/01/2019

LUSO POEMAS, 02/01/2019