Palavras rabiscadas

Floresta pintada.

Mente retalhada.

O que importa?

Monstros vagueiam, permeiam, invadem, incendeiam.

Somos tudo e não somos nada.

Somos uma peça desse enorme e cruel jogo.

Vagam, caminham, percorrem.

Sempre a procura de algo.

O quê?

Deve ter uma razão lógica.

Sempre tem.

Paredes pintadas.

Cacos espalhados.

O mundo é um lugar do mal.

Do bem .

Um lugar aquém.

Traços fracos, suaves, pesados.

Quem dirá o que não é?

Quem dirá que estou errada?

O poder limita, dita, incita.

Inebria.

Cega os pensamentos.

Mascara.

Corrompe.

Vai aceitar?

Vai vender sua alma para o diabo?

Roupas jogadas.

Realidades distorcidas.

Onde está você agora?

Se perdeu?

Se encontrou?

Se anulou?

Já não sei mais.

Tudo é tão vazio.

Tão cheio.

Tão intenso e solitário.

Mascarando sentimentos.

Seguimos sem medo.

Não há ninguém lá fora capaz de me decifrar.

Mas como eu queria que tivesse.

Ah, eu queria!

Destroços, pedaços, infâmia.

O que conspira, inspira.

O que se acende, reclama.

Vasto, baixo, longínquo.

Braço de ferro.

Peito de aço.

Destroços de uma máquina que não foi programada para não sentir.

Coração dilacerado.

Contrariado.

Imaculado.

Um dia foi doce.

Hoje é amargo.

Coração que chora.

Que derrama.

Que inflama.

Coração pedante.

Vazio que incita, permite, insiste.

Vazio que clama!

Ontem era um.

Hoje não sabe mais.

Amanhã talvez desperte.

Talvez se alegre.

Talvez viva, ao invés de apenas existir.

Alice Moraes
Enviado por Alice Moraes em 29/04/2017
Código do texto: T5984959
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