São as águas

Silêncio!

Escute ...

São águas.

Não!

Não águas de março

Nem as que

Se tornas nova criatura

São águas

Que descem lentas

Transpassando

Ponto por ponto

Decantando

Toda solidão

Refrescando

Toda inexatidão

São águas

Correntes e firmes

Tais como

Os montes leste

Ficam ali

Independentes

São águas

De outras primaveras

Onde bebem

Dos mais mansos

Até as bestas feras

São águas

Nada mais

Apenas águas

Que moem as rochas

Tornando-as em pó

Em nada

Pisadas

São as águas