Mais uma vez
Obtenho sossego no rancor dos males
dos pesadelos contidos, a paz aliviada
Um tempo que trespassa idades lindas
Horário intenso de minha desolação...
Tudo de mim reservando saudades...
Renuncio do ser antigo e renovo nervos
Não padeço louca no labirinto mundano
E passo ao caminhar atenta ao destino
Minha sina desse estar pacífica no caos
Descaso solitário, a alma preocupada
O versificar que só retoma quase poeta
Estou sozinha em descampado desafio
Poemas que verbalizo abrem oratória
Mundo distante que faz tremer ocasos
Eu permanecendo alerta sem despistar
A areia que me convém o passar os pés
Ao distribuir vontade, desejo, oceanos...
De braço nú eu enxugo lágrimas rudes
Mas mãos já sustentam é esperanças!
Não deixarei que tanta sina seja dôres...
Desapareço no recordar o silêncio ido
Momentos antes famélicos de minutos
E horas quais lançam tempos aturdidos
O sofrer de uma denúncia, fé ausente
Perda fragilizada ao extremo do mundo
Alguém de longe imitou-me gesticular
O dizer alto sobre ninharias de ilusão
Cabisbaixa eu olho o céu sem revoltas
Nenhuma nuvem a agir desconfiadas
E tal singular reinado ficar como está...