Mais uma vez

Obtenho sossego no rancor dos males

dos pesadelos contidos, a paz aliviada

Um tempo que trespassa idades lindas

Horário intenso de minha desolação...

Tudo de mim reservando saudades...

Renuncio do ser antigo e renovo nervos

Não padeço louca no labirinto mundano

E passo ao caminhar atenta ao destino

Minha sina desse estar pacífica no caos

Descaso solitário, a alma preocupada

O versificar que só retoma quase poeta

Estou sozinha em descampado desafio

Poemas que verbalizo abrem oratória

Mundo distante que faz tremer ocasos

Eu permanecendo alerta sem despistar

A areia que me convém o passar os pés

Ao distribuir vontade, desejo, oceanos...

De braço nú eu enxugo lágrimas rudes

Mas mãos já sustentam é esperanças!

Não deixarei que tanta sina seja dôres...

Desapareço no recordar o silêncio ido

Momentos antes famélicos de minutos

E horas quais lançam tempos aturdidos

O sofrer de uma denúncia, fé ausente

Perda fragilizada ao extremo do mundo

Alguém de longe imitou-me gesticular

O dizer alto sobre ninharias de ilusão

Cabisbaixa eu olho o céu sem revoltas

Nenhuma nuvem a agir desconfiadas

E tal singular reinado ficar como está...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 18/05/2017
Código do texto: T6002870
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