Ruído crepitante

O céu subjugado pela escuridão

trás consigo a tempestade,

a noite, detentora das chaves

que abrem as comportas da alma

tornam-me suscetível à maldições

cujo eu mesmo evoco e pondero

por detrás de olhares inexpressivos

e falhos sorrisos convulsos

Atiro fogo em um pedaço

de papel qualquer,

meu olhar fita a efêmera

chama que se consome

sob o ruído crepitante

o que restou são cinzas de

devaneios e eu me pergunto

por quanto tempo ainda vou

suportar outra dose diária

de mais do mesmo.