POEMA DE LIBERTAÇÃO
Arquiteto em um quarto escuro
planos para minha revolução pessoal
Já tenho a guerrilha bem armada
Fuzis, pistolas e facas ornamentadas
Com a bandeira da liberdade que eu mesmo inventei
Quero minha mente campo de batalha
Até não sobrar migalha do que já foi
Quero derrubar monumento insólitos
Construídos para celebrar a vitória do medo
sobre qualquer tentativa de se libertar
Quero queimar as paredes dos palácios
Aonde lembranças dos fracassos antigos fazem festa
dia e noite, consumindo a essência de mil vontades
Construirei no lugar a vila dos meus amores
E a pintarei com as cores desta nova bandeira
Liberdade, liberdade, liberdade!
Seja nas portas da loucura ou da iniquidade
Mesmo que me leve a sepultura, liberdade!
Antes isso a essa treva escura chamada medo
Não serei mais que morreu por amar meia verdade
Liberdade, liberdade, o meu peito clama!
E não é por um profeta que proclama castigos
Que me manterei nesse cárcere sujo e cego
Te entrego de volta estes pregos, não são meus
Quem eis tu para me prender nesta falsa cruz?
Pois se até Jesus amou a mais desprezada das criaturas
Quem eis tu para odiar quem não tem tua cultura?
Quem é você, quem é você, filho do Deus que seja
Vim dizer que minha cerveja está gelada demais?
Nunca clamei por Barrabás, queira sair de minha mesa!
Queira sair e me deixar junto aos meus iguais
Que já não temo o império que me prendeu
Que me puniu apenas por ser como eu sou
Já não desejo este viver maquiado, não quero mais
Estou farto de beijar a mão que me apedrejou