POEMA DE LIBERTAÇÃO

Arquiteto em um quarto escuro

planos para minha revolução pessoal

Já tenho a guerrilha bem armada

Fuzis, pistolas e facas ornamentadas

Com a bandeira da liberdade que eu mesmo inventei

Quero minha mente campo de batalha

Até não sobrar migalha do que já foi

Quero derrubar monumento insólitos

Construídos para celebrar a vitória do medo

sobre qualquer tentativa de se libertar

Quero queimar as paredes dos palácios

Aonde lembranças dos fracassos antigos fazem festa

dia e noite, consumindo a essência de mil vontades

Construirei no lugar a vila dos meus amores

E a pintarei com as cores desta nova bandeira

Liberdade, liberdade, liberdade!

Seja nas portas da loucura ou da iniquidade

Mesmo que me leve a sepultura, liberdade!

Antes isso a essa treva escura chamada medo

Não serei mais que morreu por amar meia verdade

Liberdade, liberdade, o meu peito clama!

E não é por um profeta que proclama castigos

Que me manterei nesse cárcere sujo e cego

Te entrego de volta estes pregos, não são meus

Quem eis tu para me prender nesta falsa cruz?

Pois se até Jesus amou a mais desprezada das criaturas

Quem eis tu para odiar quem não tem tua cultura?

Quem é você, quem é você, filho do Deus que seja

Vim dizer que minha cerveja está gelada demais?

Nunca clamei por Barrabás, queira sair de minha mesa!

Queira sair e me deixar junto aos meus iguais

Que já não temo o império que me prendeu

Que me puniu apenas por ser como eu sou

Já não desejo este viver maquiado, não quero mais

Estou farto de beijar a mão que me apedrejou

Neto Henrique
Enviado por Neto Henrique em 09/06/2017
Código do texto: T6023245
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