SUTIL

Não me basta o que a palavra grita.

Eu quero o que ela insinua.

Palavra pode ser roupa bonita

que oculta beleza nua.

Quero o que não é explícito

no que a palavra diz,

mesmo que pareça ilícito,

machuque e deixe cicatriz.

Palavra é ferramenta

pra se usar sem desperdício.

O sentido o poeta inventa,

este é o seu ofício.

Seja qual for a palavra

que ela não esconda a dor

que a alegria trava.

Mas que fale de amor.

Se a maré for mais brava

tenha ela o destemor

que o desamor desencrava.

Seu sentido seja plantador

da flor, que a alma lava,

com sutileza de beija-flor.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 19/06/2017
Código do texto: T6031347
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