Madrugada Poesia

Os olhos pesam

A alma quer se sentir conectada

As paredes:

Concreto

O pensamento:

sintético

O ser humano sem demasias

Sem demoras se joga: língua

Os signos organizados

As sereias nadando em círculos

E o transtorno sendo burlado

Pela mão que desaba

Desata

Desatina a poesia

Pena, caneta, esfinge, teclado

Pesar, cantar, desistir? Jamais.

Pesadelo do protesto contido!

O escrito se aborrece com o fetiche do escritor

As palavras se tornam fugidias

Música

Música

Poesia.

Precisa de ritmo

Arritmia

Descontrola o pulso

Fecha o punho

Pomo da discórdia

Acordar mais uma vez para dentro de si

E descobrir que as fronteiras

Ah...as fronteiras desses jardins (da razão)

Continuam ali para serem quebradas

Laís Romero
Enviado por Laís Romero em 12/08/2007
Código do texto: T603494