Um eu maior que o metro
Vi uma maçã que não cabia na macieira,
feto que não cabia no ventre,
casa que não cabia na rua,
gol que não cabia no campo.
Não desvendo esse mistério
de quando cresceram
tais aberrações,
ultrapassando sua origem,
prendendo-se no meu espanto.
E nada me explica
porque não saem de lá
se estão nessa dissintonia ,
trazendo-me ardidas memórias.
Era um tempo pequeno,
minúsculo.
Eu não cabia ali,
mas também não encontrava
meu tamanho
ou meu nome
para comparar.
Só sentia que estava apertado.