aquilo que era sol

eu lembro dos dias de luz

de quando as tardes se estendiam

pelas paredes oferecendo quadro aos cômodos, insinuando gestos corriqueiros

inadvertidos do encontro de calor

de corpos incendiados pelo pavor

das mãos à mistura-se em nó

sobre lençois turquesa,

tapeçaria estrangeira da sua mãe.

uma garrafa e meia de um qualquer

cabernet Sauvignon, horas e horas

medidas por manhãs incorporadas

em segredo ou café ou outra coisa

meio-doce, eu me lembro dos

dias de luz e do verão tocando o mar

eu me lembro do sol nas praias

que estivemos, dos infinitos acenos

retratados em nossa janela de fitas

eu me lembro do toque e da luz

mas agora é noite amor

e agora?

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 04/07/2017
Reeditado em 04/07/2017
Código do texto: T6044976
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