UM GARNIZÉ VALENTE
Antonieta Lopes
Chegou no galinheiro um visitante,
Um garnizé pequeno e valente,
Brigou co'o galo grande - importante,
Que fugiu do galinho, simplesmente.
E não ficou só nisso, foi avante,
Brigou co'o companheiro, seu parente,
E dono do pedaço, provocante,
Cantava sem parar, desde o nascente.
Como esse galinho, entre as pessoas
Algumas nascem para serem líderes,
Sem esforço guiam as outras - más ou boas.
Homens comuns transformam-se em títeres,
Reis por instinto, sem cetro e coroa,
Comendo pão, manteiga, frutas, víveres.