carvão e desastre

sob os pés, nada que

nos ampare, olhos que

vagam num mar de sal

e angustia, lembranças

cortam o ventre como

uma faca fria de cálamo,

dezenas de embarcações

nos visam, no entanto

não nos diz seus destinos,

nevoeiro e sirene, pássaros

que pousam e nos incutem

o desejo de voar, o nada

nadando em nossa consciência (quem sabe o contrário)

vento de todos os anos emolduram

o sofrimento, a quem dizer a palavra

certa: aquela que nos conforma, que

nos deitam no colo de uma mãe,

de um pai resoluto? carvão e desastre,

mas sem grito, a espera de uma verdade

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 17/07/2017
Reeditado em 17/07/2017
Código do texto: T6057494
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