Combustível imprevisão
Sobre ontem, o que digo,
A tristeza foi o combustível
De acesso fervoroso
Ao inatingível.
Meu coração é poesia e ação
Se ele está descontente
Me retiro da razão
Vou sem rumo,
Voo insegura,
Mas sei que todo mal
É o caminho da minha cura.
Ontem sangrei
E a tristeza embalei
Nos braços daquele que com palavras eu falhei,
E nós falhamos,
Não seguimos nossos planos
Mas a natureza sempre cresce e enriquece
Em meio a muitos danos.
Chovia aqui dentro
Cortava o céu do sul
O vermelho ficou negro
No nosso peito azul.
O frio, o vento, a fome do momento,
Nada saciava mais que o mistério
De seja lá qual fosse nosso intento.
Agora escrevo novamente
Com a chama de um querer,
Querer que tudo mude no fato de eu escrever
Mas é claro, que nada muda na palavra,
E o engraçado é que mudou
Quando dissemos ontem uma frase errada.
E agora, persistimos nessa guerra? (Sim)
Tudo evolui na dor, mesmo não sendo uma regra
Desistimos ou persistimos? (fim?)
O que fazer? Se eu insistir em ficar
Tu insistirás em defender o que prega?
Apenas duas almas,
Duas polaridades opostas,
Distribuímos espinhos
Mas também estávamos unidos na fossa
Em meio a olhares e tremores,
Não há falta de respeito ou imprudência
O que surgiu foram apenas resquícios da inconsciência
Defeitos, efeitos que matamos juntos no peito
Mas ainda assim nós preservamos
Entre cada um os seus direitos.
Isso tudo é complemento
Dado o momento,
O calor da chama ainda
Aquece um grande sentimento
E a frieza trouxe a tona, o imprevisível,
De lutar até o fim
Numa batalha impossível.
Somos humanos,
Não somos bons
Nem somos maus
Só na paz não há mudança
Sem a guerra não há caos.