Combustível imprevisão

Sobre ontem, o que digo,

A tristeza foi o combustível

De acesso fervoroso

Ao inatingível.

Meu coração é poesia e ação

Se ele está descontente

Me retiro da razão

Vou sem rumo,

Voo insegura,

Mas sei que todo mal

É o caminho da minha cura.

Ontem sangrei

E a tristeza embalei

Nos braços daquele que com palavras eu falhei,

E nós falhamos,

Não seguimos nossos planos

Mas a natureza sempre cresce e enriquece

Em meio a muitos danos.

Chovia aqui dentro

Cortava o céu do sul

O vermelho ficou negro

No nosso peito azul.

O frio, o vento, a fome do momento,

Nada saciava mais que o mistério

De seja lá qual fosse nosso intento.

Agora escrevo novamente

Com a chama de um querer,

Querer que tudo mude no fato de eu escrever

Mas é claro, que nada muda na palavra,

E o engraçado é que mudou

Quando dissemos ontem uma frase errada.

E agora, persistimos nessa guerra? (Sim)

Tudo evolui na dor, mesmo não sendo uma regra

Desistimos ou persistimos? (fim?)

O que fazer? Se eu insistir em ficar

Tu insistirás em defender o que prega?

Apenas duas almas,

Duas polaridades opostas,

Distribuímos espinhos

Mas também estávamos unidos na fossa

Em meio a olhares e tremores,

Não há falta de respeito ou imprudência

O que surgiu foram apenas resquícios da inconsciência

Defeitos, efeitos que matamos juntos no peito

Mas ainda assim nós preservamos

Entre cada um os seus direitos.

Isso tudo é complemento

Dado o momento,

O calor da chama ainda

Aquece um grande sentimento

E a frieza trouxe a tona, o imprevisível,

De lutar até o fim

Numa batalha impossível.

Somos humanos,

Não somos bons

Nem somos maus

Só na paz não há mudança

Sem a guerra não há caos.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 01/08/2017
Reeditado em 01/08/2017
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