O tempo agora

Relógios marcam a volta

de um tempo limpo, céu azul

e sol intenso.

Dissolvem-se partículas

do que ainda não fui.

Assisto as óperas de Verdi

encenadas toda hora dentro

e fora dos meus olhos.

Não sangram as tardes de agosto.

Indiferente, o vento não vê o laço

de seda no vestido de domingo.

Sentimos o hálito das almas

na umidade dos calendários.

Esqueço insultos

e arrependimentos.

Solenemente, beijo-te.

Liberto tuas asas.

o tempo abençoa

as tuas garras.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 09/08/2017
Reeditado em 09/08/2017
Código do texto: T6078659
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.