ORGULHO E SUBMISSÃO

ORGULHO E SUBMISSÃO

Fui com muita sede ao pote

Que trazias com água turva

E que entornavas no chão aos teus pés,

Para que ajoelhado, lambesse os ladrilhos

Em que pisavas, insolente e soberana.

E, desse altar imaginário

Em que te colocavas,

Eu ali prostrado te via exuberante!

Profana, contemplavas meu olhar servil

A rodear-te como teu pequeno pug

Prateado e fulvo.

De mim, servia-te do amor

Com que me tributavas,

Impiedosa e cínica.

A mim, de ti sorvia

O que aplacava a sede:

A tua parca porção de atenção!

Fui com muita sede ao porte

Até parti-lo.

E, com ele, partiu-se o encanto

Que me fez cativo e preso,

Condenado aos teus caprichos

Que hoje já não contam.

Hoje, só te tenho na lembrança!

E sei que para ti

Me vês - ainda - por uma fresta,

Iluminada de cobiça e de esperança!

10.08.17

Paulo Sergio Medeiros Carneiro
Enviado por Paulo Sergio Medeiros Carneiro em 10/08/2017
Código do texto: T6080051
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