Meu prazer soletrado.
Busco uma folha qualquer
quase que desesperadamente,
porque sempre estão apressadas
quando batem à porta da minha mente.
Elas anseiam por saltitar,
querem a qualquer custo escaparem das minhas veias,
porque sabem que é assim
que irão me aliviar;
me salvar.
Elas não se incomodam se serão embebidas
de deleite ou dor;
só precisam se expor,
transbordar;
por despeito,
tristeza,
ou amor.
Elas tem poder sobre mim;
me rendo.
Fazem de mim o que querem;
me entrego.
Não pedem licença;
e mesmo que às vezes eu as segure firme,
suspiram liberdade;
e explodem.
Ah... as palavras,
decido ser aliada,
Elas me acariciam; me dominam;
e mesmo calada,
escapam de mim;
me deixando inebriada.