Golpes na minha dor.
Preciso gritar,
minha alma insiste em ficar calada.
Preciso chorar,
mas as lágrimas estão empedradas.
Tô buscando fagulhas de calor,
porque estou gélida de dor.
Incessantemente busco fugir,
mas estão muito pesadas
as correntes que envolvi a mim.
Quero correr pra bem longe,
e as minhas pernas,
insensíveis;
me traem.
Quero minha cabeça no lugar,
e ela insistindo em girar,
me ignorar.
Meus passos estão tão perto
do precipício;
eu só consigo te ver;
e até ele me despreza,
porque quando me jogo,
ele me devolve à você.
Retrocedo;
e o eco daquele abismo,
esbraveja;
propaga aos quatro ventos,
que você não quer
me pertencer.