Na Bandeja

Um diz que me quer ver...

Há tantas coisas a dizer...

Outro diz que está por um triz

Grandes problemas

Mudanças de planos...

Um queria falar de si

Queria meu ombro

Meu ouvido, minha atenção...

Já se foram tantos anos...

E a vida vem me dizer

De vez em quando,

Que eu sou porto seguro

Que eu sou abrigo...

Outras vezes me pego comigo mesma a me olhar...

Trago nas mãos a bandeja

Das minhas dores cobertas com um pano...

Às vezes quero mostrá-las...

Descobri-las e dizer:

Olhe aqui...Tenho minhas dores também...

Mas parece que há alguém que necessita mais...

Então caminho levando-as

À parte, quase ocultas, na bandeja...

Não sei quanto tempo há de passar

Para que elas evaporem

E um dia eu as olhe e não as veja

Não quero carregá-las pra sempre

Tenho coisas melhores em mente...

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 17/08/2007
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