PASSAGEM

Molha-se o rosto

Quando a lembrança diz a verdade

Faz-se o coração sentir

A verdade do seu futuro

Esqueceu-se quem não merecia

Todo tempo perdido, faz falta

Seu presente está com setas sem rumo

Está de pé sem prumo

Com vida sem ida

Numa viagem quase sem volta

Em cima de um picadeiro

Fazendo quem te ama, chorar

De trilha em trilha, se acabar

No baile da favela

Na zona da cidade

As cartas na mão

Não te deixaram vencer

Está de pé sem prumo

Com passagem de ida

Para uma vida sem volta

No alto do picadeiro

Fazendo quem te ama assistir

No pescoço o nó que não vai desatar

A corda que não irá arrebentar...

Uma vida na favela em vão

Na cidade, um espaço num lotado vagão.

André do A. Gomes

André Gomes Entre o Que Pareço SER
Enviado por André Gomes Entre o Que Pareço SER em 17/08/2007
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