Por Mágico Acaso

Parece coisa encantada

De gente que sonha encantar

De criança que sofre e encanta

De velho que encanta sonhar

De Dolores que dorme e conta

As noites risonhas de amar

De risos que fazem alegrar

De cânticos para rezar

Com notas mortas e sustenidos

De claves redesenhadas

Com tinta negra a nanquim

Com tudo de bom e de mim

Não sei por onde entrei distraída

Nem por qual porta pude sair

Só sei que colhi na pele orvalhos

E pedacinhos de velhos retalhos

Donde verte aroma bom de sentir

E penetrar meus poros dilatados

Só sei que.....

Já não parece encantamento

Como ontem pude perceber

Mas fica o deslumbramento

De um bem que bem quer me ver