Assoalho

existe e não dói

e tudo é áspero.

o chão

que adoro pensar assoalho

numa loucura blasfema de grandeza

me rói inteiro.

me atrapalho

e meu vasto ser

é sem trabalho o mais horrendo ser

a minha morte jovem

é necessária

mas eu tenho medo

não do escuro mas da luz altíssima me iluminando

eu num canto

e eu num canto é mais belo que eu no centro

inútil rodando.

nunca sei o que falar para um sorriso

dou murros em meus muros

mas suas heras nascendo transpassam os meus braços

fazendo com que eu desista

umas verdades inéditas

me põem na qualidade de místico

e sujo me acabo

com vergonha de meu corpo magro.

Jardel Rodrigues Ferreira
Enviado por Jardel Rodrigues Ferreira em 03/10/2017
Código do texto: T6131553
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