Assoalho
existe e não dói
e tudo é áspero.
o chão
que adoro pensar assoalho
numa loucura blasfema de grandeza
me rói inteiro.
me atrapalho
e meu vasto ser
é sem trabalho o mais horrendo ser
a minha morte jovem
é necessária
mas eu tenho medo
não do escuro mas da luz altíssima me iluminando
eu num canto
e eu num canto é mais belo que eu no centro
inútil rodando.
nunca sei o que falar para um sorriso
dou murros em meus muros
mas suas heras nascendo transpassam os meus braços
fazendo com que eu desista
umas verdades inéditas
me põem na qualidade de místico
e sujo me acabo
com vergonha de meu corpo magro.