Quem é? por que é? o que é?

Tão simples como redação

Tão complicado como a matemática

Único na multidão

Com uma voz enfática

Querendo ir logo embora

Pois, não sabe nem por que foi criado

Querendo entender agora

Por que é unimultifaceado

Hora católico outrora evangélico

Hora alegre outrora triste

Hora realista outrora poético

Hora real outrora não existe

Um conjunto único de valores reunido em um único e vasto eu

Tentando entender por que é...

Pois, não foi ele quem escolheu

Ser quem é

Pergunta-se constantemente...

Quem é? Por que é? O que é?

Não consegue suas respostas e segue em frente

Indo até onde der

Tão vivo e ao mesmo tempo tão morto

Tão alegre e ao mesmo tempo tão amargurado

Vive no mais desconfortável conforto

Tentando chegar a seu ponto almejado

Desprezando todos os alienadores cultos

Amando uma única amada

Vendo coisas e vultos

Conhecendo o nada

Crucificado por suas criticas

Amado por seus elogios

Aponta falhas verídicas

E acertos óbvios

Lutando numa luta quase perdida

Com seu arsenal de palavras

Segue em sua vida

Numa guerra árdua

Incomodando poderosos

Até quando tiver sorte

Pois, sabe que o caminho dos valorosos

É certamente o da morte

Pobre homem, pobre coitado, pobre escritor

Brasileiro, sem dinheiro e sem mulher...

Vivendo da sua própria dor

Deixando que a vida faça dele o que quiser

Ama uma bela mulher tão distante de ti como as estrelas são da terra

Mesmo assim sufoca toda sua tristeza

Mesmo sabendo que nada a encerra

Lá está ele com o violão nas costas empunhando uma latinha de cerveja

Um louco? Um santo? Perfeito? Belo? Bom? Justo? Certo?

Podem falar o que quiser

Nunca chegarão sequer perto

Pois criticam e falam mal, mas, não sabem nem quem ele é.

Antônio Drummond de Moraes

Antônio Drummond de Moraes
Enviado por Antônio Drummond de Moraes em 18/08/2007
Código do texto: T613283