Antes da Chuva
Acima de pastos verdejantes
Pairavam nuvens de chumbo.
Ao longe, o cata-vento inoportuno,
Girava no sexto mês do ano.
Um barulho estremeceu todo corpo
E os animais se aninharam pelos cantos,
O pássaro carniceiro permaneceu as ocultas
E as andorinhas fugiram em bandos.
O vento ecoou pelo taciturno campo
Difundindo a folhagem que voava como plumas,
O clarão cortou o ar de cima a baixo
Abrindo-se as janelas dos céus e rompendo o abismo nefasto.
Porto Alegre, Junho de 2006