Lábios meus.
De batom vermelho,
ninguém nota
que meus lábios tremem,
quando choro.
De batom vermelho
vê-se que são polposos,
jamais presumem que são frágeis;
muitas vezes,
medrosos.
De batom vermelho
donos de si,
quentes;
como imaginá-los
às vezes ásperos,
nada reluzentes?
De batom vermelho,
não sabem
que calo,
um universo
inteiro.
De batom vermelho,
eles tremem agora
por ter que esconder,
que tudo o que desejam,
é alastrar-se
em você.