UM SARAU NO CREPÚSCULO
A tarde cai senhora, num cicio
murmura a pressa, metálica, sonora
dos automóveis que fogem
e o poeta, em seu silencio, apenas observa
o tempo ido.
No centro da cidade, o tudo é nada
se for certo; O tudo é perto, se perdido.
Mas, afinal, quem quer a musa
quer também a vida.
Não quer, o poeta, a noite que se anuncia
e que já não se finda.