Cães
quanto falta para a hecatombe
e os escombros, os assombros
quanto falta
para o holocausto
a forca
o cadafalso
a faca em meu peito
quanto falta?
meus demônios querem sair
-passear, matar-
quando cai a noite triste
se o prenúncio negro
no meu peito insiste?
a barbárie a granada
a brigada
a garganta arranhada no berro
quando, quando...
somos cães famintos
que atiçam seu faro
mijando nos postes
deixe-nos sair,
deixe-nos sair...