POESIA SEM PÃO
O pão alimenta o poema
O poema alimenta a alma
A alma vaga à beira-mar
Plena, calma
Anda devagar
A lágrima escorre e some
Sem nome, morre...
Corre a fome
Consome
Bebe um gole
Corrói num porre
O relógio pára na hora marcada
As nuvens vem e vão
Em vão...
O silêncio ecoa
Mundos mudos e cegos
Egos...
Sem sal pro feijão
Pra que sal, sem feijão?
Escureceu a canção, que sorrindo, ouvia
Quando havia cor
Quando havia amor
Não há vela para iluminar a mesa
Não há mesa para pôr o pão
O pão de cada dia,
Nem todo dia, desce pela goela
Nem todo dia, cabe na poesia...