POESIA SEM PÃO

O pão alimenta o poema

O poema alimenta a alma

A alma vaga à beira-mar

Plena, calma

Anda devagar

A lágrima escorre e some

Sem nome, morre...

Corre a fome

Consome

Bebe um gole

Corrói num porre

O relógio pára na hora marcada

As nuvens vem e vão

Em vão...

O silêncio ecoa

Mundos mudos e cegos

Egos...

Sem sal pro feijão

Pra que sal, sem feijão?

Escureceu a canção, que sorrindo, ouvia

Quando havia cor

Quando havia amor

Não há vela para iluminar a mesa

Não há mesa para pôr o pão

O pão de cada dia,

Nem todo dia, desce pela goela

Nem todo dia, cabe na poesia...

Adriano Soares
Enviado por Adriano Soares em 24/10/2017
Reeditado em 28/12/2018
Código do texto: T6151773
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