Escritos da condução n° 2

Há uma susto mórbido que me engasga em nova vida

Uma luz densa que desenha minha pele fria

Eu enjôo agonia

De não poder nunca mais tentar

Eu construí erros que tornaram-se monstros

Eu derrubei muros de amor e de risos

Caminhei por veredas

De espinhos sedentos rasgando meus pés

Minhas mãos trêmulas, uma nuvem distante

Meus olhos perdidos num olhar estonteante

Teu cheiro distante

Exalando-me a vida que deixei pra trás

Ouve o grito surdo que tenta te alcançar

Sente o pranto fundo que quer te buscar

Lê nos meus olhos a mágoa de te magoar

Toca meu rosto com os dedos, me faz delirar

Treme junto a meu peito e tira-me o ar

Faz-me viver o amor que brota de teu olhar

Mostra-me como fazer pra amar devagar

Deixa-me enfim ser teu tudo, ser o teu lar

Das janelas dos trechos de minha rotina

Eu construo prédios caídos

Pontes quebradas

Ruas inócuas

E amores feridos

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 31/10/2017
Reeditado em 31/10/2017
Código do texto: T6158026
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