ANDO SECO

Ando seco, sem Poesia,

neste Brasil Brasileiro,

Que me rouba a Sinfonia.

Que me seca por inteiro.

Talvez acorde algum dia

e encontre a Poesia novamente,

talvez… quem sabe?

Talvez reencontre a semente.

Ando Seco, sem Poesia,

sem Noite e sem Dia,

talvez tenha me entregado por inteiro

à sorte ou azar de ser Brasileiro.

Talvez ande com vergonha,

do que os outros fazem,

do que mostram ao Mundo Inteiro,

que vivemos em um…., Picadeiro.

Ando Seco. Sem vontade de pensar

apenas respiro o ar,

de uma terra onde o estrume se sobrepõe

parece que eu seja eu o vilão. Mas não.

Ando seco. Sem eixo.

A realidade deixou-me assim.

O começo agora é o fim,

Voltaremos no tempo, nosso tropeço.

A velha verdade está nas ruas

os velhos pedidos,

Já não sei o que é certo

se sou o errado ou o correto.

Por culpa dos que um dia lutaram,

por culpa dos que aguardaram,

voltaremos à ter como eixo

o velho Ame-o ou deixe-o.

Ando seco.

NELSON TAVARES

Nelson Tavares
Enviado por Nelson Tavares em 04/11/2017
Código do texto: T6162412
Classificação de conteúdo: seguro