Autocomposição

São mãos estendidas; minhas, mas tuas

São pés descalços no asfalto das ruas

São pontes quebradas, ruidas ao mar

São terras pisadas de um antigo estradar

São peles rasgadas num toque sutil

São olhos que miram o que fora abril

São sons que ecoam de um mórbido sino

São anjos queimados no fogo divino

São rochas informes sedadas nas brisas

São mares que engolem e fazem divisas

Sou eu tão minúsculo

rubescente e equóreo

És tu, o meu crepúsculo

secreto, citéreo

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 05/11/2017
Código do texto: T6162729
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