HORÁRIO DE VERÃO

Sentado à mesa, ele espera. Olha o relógio: oito e meia.

Os pratos estão lá, os talheres também.

A fome chegou faz tempo.

A garrafa, a postos. E também a música. Os castiçais. As velas.

Olha o relógio: oito e trinta e dois.

Levanta-se, vai ao banheiro, à porta da rua, à sala. Senta no braço da poltrona.

Oito e trinta e seis: retorna à cozinha.

Abre a garrafa, bebe no gargalo.

Solta o nó da gravata: seca a garrafa.

Nove e vinte e sete: soa a campainha.

Ele ronca no sofá.