Meu Sol Interior

Ouvi o badalar

Da catedral um sino,

Temperatura a esbaldar

Calor de sol a pino.

Errante nas dobras do destino,

Ousei desafiar os meandros da saudade;

Por severo contrassenso ou desatino,

Não me esquivei de melindrosa insanidade.

Permissão para invadir tua intimidade, não pedi

Fluiu a força do amor qual rio regurgitante

Às tuas imolações dos desejos secretamente cedi

E me tornei em um ávido e sequioso amante.

Intermitente pulsar acelerou no imo do meu peito

Minha mente sorveu toda a sensibilidade plausível.

Amei – e grande o sentimento! – parecia ar rarefeito

Um sol a queimar-me por dentro, oblíquo e invisível.

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 19/11/2017
Código do texto: T6176501
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