Meu Sol Interior
Ouvi o badalar
Da catedral um sino,
Temperatura a esbaldar
Calor de sol a pino.
Errante nas dobras do destino,
Ousei desafiar os meandros da saudade;
Por severo contrassenso ou desatino,
Não me esquivei de melindrosa insanidade.
Permissão para invadir tua intimidade, não pedi
Fluiu a força do amor qual rio regurgitante
Às tuas imolações dos desejos secretamente cedi
E me tornei em um ávido e sequioso amante.
Intermitente pulsar acelerou no imo do meu peito
Minha mente sorveu toda a sensibilidade plausível.
Amei – e grande o sentimento! – parecia ar rarefeito
Um sol a queimar-me por dentro, oblíquo e invisível.