Branco

Ainda acordo assustado com pesadelos, me vejo devastado, devastado por lembranças invasivas. Vozes que me soam conhecidas, risadas que me provocam seriedade, faces que borram minha autoimagem de verdade.

Me recordo dos momentos em que despertava a 7 hrs da manhã, pegava o ônibus e ao entrar na classe via a parede branca marginalizada, uma bela pintura degradada. Tanto na sala quanto no banheiro haviam desenhos obscenos, palavras rudes e nomes de bandas punk no intuito de causar vandalismo, um verdadeiro desperdício!

Também vi fumo, tráfico e desobediência. Professores ignorados, indivíduos mal-intencionados, e meus modos de ser cada vez mais discriminados.

Eram viaturas de polícia na porta e alunos enquadrados, pessoas relatando em público terem quebrado regime aberto, fiquei boquiaberto!

O cenário era para ser de uma bela parede com o visual do branco, porém haviam invasões que a poluíram e minha mente hoje se encontra ainda mais poluída por memórias que não passaram em branco.

Erik Ponti
Enviado por Erik Ponti em 21/11/2017
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