Festa na Roça
Desfalece a última rosa no martírio do ocaso
e no bojo da praia o mar brame toda a sanha
o horizonte curva o oceano qual um prato raso
o vento furibundo serpenteia toda a montanha.
Fatias de nuvens laminadas por raios mortiços,
encobrem aves que desertam rumo aos ninhos
a noite promete seresta de piados entre caniços
do lago de bambus apontados para os astrinhos.
Nas lonjuras arrebentam turbulentos os trovões
a listra corcovada da serrania perfila em quintais
parece tremer juntamente com abrasados balões,
que balançam em cordéis feito lenços nos varais.
Ribomba o zabumba, tilinta o triângulo, a sanfona
geme o fole até passar a madrugada e o alvorecer
acontece realçando o terreiro, e o sol vem à tona:
casais roçam chão agarradinhos, fazendo-o tremer.