Fusão das máquinas

As correias que envolvem o aço...

Rrrrrrrrrrr...

Sente os braços cilíndricos que sobem e descem,

E os pistões que se fortalecem no cansaço do trabalho ingrato.

A respiração de monóxido de carbono

Que estimula o gozo de sexo mecânico.

Os parafusos bem postos rangem...

Rãrãrãrãrãrrrrr...

As explosões dos tanques, do carburador.

A injeção eletrônica que arrepia o maquinário.

Eia! Eia! O chicote incandescente sobre as espáduas cromadas!

Eia! Eia! Ssssszzzzuuuummmm!

Eia! Eia! Centenas de capacetes sobre o cérebro frenético!

O diesel bebe o suor.

As conexões se ajustam durante a valsa da persistência.

Eia! Descem as grades! Estraçalham os corpos frágeis.

Eia! Que se agigantam os cabos! Sobem as plataformas.

Zzzuuuummmmmmmmmmmm!

As luzes vermelhas de alerta! A temperatura!

O amálgama dos metais, a fusão para o futuro projeto:

O futuro aço, cobre, estanho, ferro, alumínio...

Da força à fraqueza; da brutalidade à delicadeza.

Eia! As luvas na alavanca lubrificada!

O vidro, o plástico, a borracha, o designer, o símbolo, o preço.

A velocidade...

O relógio

A agonia

A campainha

O cansaço

O suor

A miséria

A debilidade

A roupa

A pele

O desejo

Tãããããããããmmmm!

Sobem as grades, os portões abertos, as ondas de carne surrada, o desespero...

Os prédios

A rua

A avenida

A eletricidade

A multidão

O relógio

A preocupação

O medo

As máquinas

A disputa

As nádegas esmagadas

Trrriiimmm!

A porta

A fome

A devoração

O amor

A indiferença

A discussão

A briga

O ódio

O entorpecimento

A luz

A escuridão

O CIRCUITO....

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 22/08/2007
Reeditado em 01/07/2009
Código do texto: T618872
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