Tecelando

Hoje fui amor, perdão, omnisciência.

Tratei de reunir com decência, retalhos do passado.

E pus os teares da minha consciência

todos eles à trabalhar.

Sofri para decidir.

Senti que não queria parar de tecelar.

O pobre tapete do passado,

para os outros continuarem a calcar.

Andam sob ele, sem o menor pudor

ignoram, com seus sapatos sujos

Imundos, nunca saberão perdoar

Vou pô-lo na parede.

Não merece estar no chão, o perdão.

Está lá exposto o amor, para observação.