Aranhas noturnas
voltem como aranhas para as suas fendas
fujam da noite impetuosa
se escondam do céu negro e das nuvens escarlates
nada de bom resta para essas almas desnudas de espírito
apenas a malícia esgotada das mesas desses bares abandonados
se lambuzem pela ultima vez nessas garrafas de veneno
deem o ultimo trago, o tempo de vocês está terminado
o sol esta vindo e com ele as suas vergonhas que nem ardem mais
tanto quanto o encontro de olhos empedrados.
mas o que queima de verdade
é saber que estão de volta em seus buracos
presos e exilados na escuridão do anonimato
onde apenas lhe restam o piso gelado
por onde irão rastejando até seus leitos solitários
e repousarão até que sobre apenas poeira sobre os lençóis.