Beco das pobres rimas
Há um poema oco
no beco das pobres rimas
onde o pensamento é tosco
pórtico de todas as sinas.
Sombras cobrem calçadas
dos passos de homens taciturnos
inebriados nas noites passadas
carregam do vinho bafos noturnos.
Ali não vigoram astros celestes
a luz escoa débil e difusa
há o ranço de doenças e pestes
a mente é uma caraminhola, confusa.
Espremida, a gente ignora a profecia
de ventos santos e assaz promissores
que trazem bonança à languidez do dia,
e descrê na vinda de possíveis amores.