Beco das pobres rimas

Há um poema oco

no beco das pobres rimas

onde o pensamento é tosco

pórtico de todas as sinas.

Sombras cobrem calçadas

dos passos de homens taciturnos

inebriados nas noites passadas

carregam do vinho bafos noturnos.

Ali não vigoram astros celestes

a luz escoa débil e difusa

há o ranço de doenças e pestes

a mente é uma caraminhola, confusa.

Espremida, a gente ignora a profecia

de ventos santos e assaz promissores

que trazem bonança à languidez do dia,

e descrê na vinda de possíveis amores.

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 21/01/2018
Reeditado em 21/01/2018
Código do texto: T6232314
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