Poesia de fevereiro

Poesia do segundo mês

Da segunda parte

De um ano, que de novo, inteiro

Que promete a humanidade

Mês pequeno e festeiro

Nos calendários à parte

Na Terra de Vera Cruz

Reina o Carnaval e o seu cheiro

Ode aos extrovertidos, às suas máscaras

Sobram aos de mais juízos, suas carapaças

Dançam e se encontram, pés, mãos, olhares, enfim.. todo corpo

Mês, que vem antes que o ano comece

O verdadeiro ano novo.. das capitanias tropicais

O dragão e o seu fogo ..ancestrais

Em forma de mulatas e coxas bem torneadas

Quando o Brasil se encontra com quase todo mundo

Não é uma invencível armada

As ruas levantam, uma multidão em um transe profundo

Zumbis, zumbidos, amigos, glutões, zangões e ferroadas

Os pés de um certo frevo,

A alegria descarrilhada, mais vida

Como um rio colorido, desfilam as escolas n'avenida, cedo ou de madrugada

Um turbilhão de fantasias

Tomando fôlego, à fresca,

Ou tombando junto.. a uma agonizante Veneza

Beleza sincretista, abstrata

Rostos morenos, ruelas em vazão

Celebram trêmulos o samba que os entope às veias

Que me perpassa, e eu tenho certeza

Enquanto eu olho, e apenas os olhos

Esperando terminar o poema

Enquanto passa .. a sangria do vendaval

Pra mim um teorema

O vento quente dos coqueiros,

A tontura.. que é todo carnaval

Dos ventos alísios, do Equador

A chuva quando vem celebrar

Com o seu calor

São os meus olhos, oh meça!!

Eu pedi que os molhassem, vejam só!!

Eu não sei mais se o odeio

Se todo ano tem a festa

Nos acostumamos, mesmo com o ódio

Do mesmo jeito que vivemos de promessa

Na quarta a fênix morre

Bate as suas asas e as cinzas tomam conta do ar

O mês pequeno se vai

O resto do ano começar

E do cume, avistamos no horizonte

Um novo do mesmo, de onde

Continuamos, na certeza

Que tudo isso vale a pena

Que não vale apena parar.. de tristeza

Mais um Thiago
Enviado por Mais um Thiago em 01/02/2018
Reeditado em 23/05/2023
Código do texto: T6242018
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