TELA VAZIA

TELA VAZIA

Fernando Alberto Salinas Couto

Queria desenhar o teu rosto,

mas parece que não consigo

porque me falta alguma coisa.

Penso que o pincel está gasto.

Eis que tu já não estás comigo

e sabes que és a minha musa.

Como poderei algo belo criar?

Sinto a minha mão tremer

e carente está o meu coração.

Há um grande vazio em teu lugar,

eis que tua imagem quero ver,

mas me falta toda inspiração.

Eu olho para uma tela vazia,

o retrato cruel de minh’alma,

espelho dum imenso deserto,

onde jamais pode fluir poesia

e nada me acende a chama

desse romântico amor incerto.

RJ – 31/01/18

Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 02/02/2018
Reeditado em 06/02/2018
Código do texto: T6243145
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