Flores ao mar

A esse povo tão injustiçado,

oprimido, subjugado,

a esse sangue tão derramado,

esse peito perfurado,

esse osso esmigalhado,

a esse povo tão peculiar,

não resta mais que as ondas do mar.

A essa gente tão caluniada,

tão tolida, vilipendiada,

a essa pele tão açoitada,

essa carne dilacerada

essa veia arrebentada,

essa mão tão calejada

a essa gente aí de pé,

só resta o bálsamo da maré.

A esse povo tão invisível,

essa gente tão incrível,

essa gente que se entende bem quem é

só resta mesmo um gole de fé.