ENSAIO

Nos tecidos vivos

Transitam

Pílulas

Que oxidam

Células

À morte

Submissas

A nós

Sempre

Os ácidos

Duais

Aminoácidos

Ou toxinas

Vida e morte

Entre o desejo

Geminadas

Glicose

Da natureza

Eros

O sol

Nos ensaios

Da alquimia

Converte-se

Em brasões

Ligas metálicas

Em governos

Indomados

Que se alimentam

De sódio

Como da morte

O ódio

Enquanto

Se inspira

Expira

Ação

Grilhões

Aprisionam

Sonhos

De multidões

Robotizadas

Ao breve

Desate

Do enfado

Bem-diga

O vermelho

Contido

No sangue

Do crepúsculo

Que absorve

A fadiga

Metais e hemácias

Procissão de rubras

Lamparinas

Ingressam

diariamente

No gigantesco

Túnel

Da remissão

A César

O que é

Humano

E o homem

Vai devorado

Na adversidade

Do tempo

Cesariano

Pior que a defunção

É não ter vivido

Por isso

Como ensaio

Da morte

É sempre breve

O desmaio

O renascer

Logo

Traz vícios

Do alvorecer

Ofícios

Para reajustar

O metal

Escravizante

A fome e a penúria

Sempre emergentes

Em busca

Do saber e do agrado

Vagam

Em águas profundas

De rara beleza

Aquietadas

Na persistência

Noturna

Do desejo

Para reger

A viagem

Existem templos

Há um ser

Aprisionado

Na ausência

Do tempo

Em absurda

Grandiosidade

Moído

Inconcebível

Pela limitação

Racional

Com ou sem

Botox

Por serem

Semelhantes

Morrem deuses

Fenecem seus criadores

Repousam

Na frieza

Da Eternidade inox

Velados

Pelos imensos

Buracos

Da solidão

Cósmica

Seja pela esperança

Ou pelo fundo

Esquecimento

Em verdade

Amigo

Jamais nos livramos

Da eternidade

Portanto

Não se acanhe

Peça água - vinho

Pepsi ou champanhe

Faça um brinde

Sob medida

Dance um tango

Viva a vida!