Prescindível

Quantos amores um peito pode suportar

Sem ser chamado de masoquista?

E fui cair logo por ti, o protótipo do impossível

Em jogos de azar, ter sorte é mais importante que competir

E surges e somes e reapareces apenas para salvar

De forma vã e egoísta, as minhas esperanças da forca

Pensas em monopolizar o meu apreço, e por isso me contornas

Com pequenas fábulas que falam de promessas

Mas saiba que o tempo esquecerá o teu endereço

Assim como faz com aqueles que impressionam

Sem fortalecer a cicatriz com novos cortes longitudinais

E, da profundidade, um monte se ergue

Colocando, apenas um de nós, no topo

Do fogo, do jogo, do riso e do gozo

Bernardo Almeida