O velho vestido... oecr

Ecoa no átrio um adeus.

Sobre a cama um velho vestido seu.

Persiste com o tempo certo retrato desbotado

E o frio toma conta do quarto.

O velho vestido que tantas vezes

Surpreendi abraçando minha

Camisa, hoje chora sem vida,

A lembrança da partida.

Longe, tão longe quanto a

Falta de sensibilidade. Assistimos

O tempo passar, o inverno

Chegar e você se distanciar.

Abandonado como eu,

Ignorado tanto quanto eu,

Assim como eu,

O velho vestido espera pelo corpo teu.

Não vivemos a espera,

Pois dela já não temos certeza.

Somos pra você apenas poeira

Que o vento afasta de qualquer maneira.

E quase como um desespero,

Envolvo o velho vestido num infinito abraço.

Buscando o calor que nos foi negado.

Mas ainda assim... Sonhamos este sonho errado...

Renato Galvão
Enviado por Renato Galvão em 17/02/2018
Reeditado em 06/07/2018
Código do texto: T6256355
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