ANJO CAÍDO

Se envolveu na arte manhas do ente

se deixou levar pelo impulso da vida

Se imaginou intimo, ao se misturar

a essência que emanava da boca

dessa mesma contradição.

Pela distração do seu humano foi traído

Tragado não resistiu aos encantos

Merecia ser salvo, mas não cabia ser santo...

- “Se ao menos fosse sua a verdade

fosse um avesso tudo isso

seguiria o seu deserto aceitando morrer

a cada dia”

Arrancou lhe as asas,

Um resíduo contido de algo insistia... mas,

Não, era apenas um ruindo aos ouvidos,

o liquido que a tempo o embebia era servido...

... entre uma e outras taças, a voz se arrastava

sobre os gumes estilhaçados por terra caiu

como pedra inerte, montanha a baixo

destroçando lhe cada milímetro...

“entronado,

seus almejos por seu rei atendido

flutuava por entre abraços e beijos surreais de brisa”

Por vez divergia destronado da majestade e nauseava...

Nauseou rios,

das entranhas o engodo da mediocridade

antiga e sonolenta contemplação. Cuspiu.

Selado no peito um alvo, lançou a flecha

Zapt certeiro.

Recolheu suas penas, acenou, pegou voo e partiu

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 17/03/2018
Reeditado em 17/03/2018
Código do texto: T6282984
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.