SIMPLESMENTE MANÉ

Mané menino, gingado traquino,
íntimo da bola e dos passarinhos.
Camisa sete, pintou o sete,
levantando galera, fazendo Joões.
Anjo Garrincha, inocente menino,
o verde e amarelo lhe caia bem.
Parava "ela" com arte,
pisava "nela" com charme,
mesmo desengonçado,
gingava para um lado,
gingava para o outro,
e fintava desconcertadamente,
ia à linha de fundo, nem olhava
e cruzava a bola milimetricamente.
Morte maliciosa, de jogo desleal,
pegou por trás o nosso Mané,
jogando ao chão impiedosamente,
o anjo das pernas tortas.
Morte safada, traiçoeira, perna de pau,
o Mané avisado, o drible seria fatal.

 

Poema para Manoel Francisco dos Santos-Garrincha

*28.10.1933    +20.01.1983

 

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)

(1993)