_______________Ciclo

1

Despertar !

Florescer !

Amar ! Viver !

Tudo à flor da pele

tanto por destino,

como por natureza;

À flor da pele

como só por sentir.

Ai!, Terra mãe,

sol querido,

chuva meiga.

Ai, alquimia

intensa desta seiva

nos meandros da nascente

de todos os sentidos

até dos que ainda estão

por desfrutar.

Naturalmente,

o nosso sorriso interior

é tudo e o bastante.

Nele se acolhe a ternura

que emana do sonho

e a fantasia

que nos faz crescer nele,

quase a brincar,

e que nos faz crer

que a vida sobrevive

ao tempo e à dor.

.

2

Invariavelmente,

a seu tempo,

chega o vento frio

e o sorriso gela.

Vem a geada mesquinha

e queima o encanto.

Voltam nuvens negras,

encobrem o sol

e deixam o crer acorrentado.

É tempo obscuro

em que o sentir é vulnerável

e a esperança volúvel.

Aí o alento dos horizontes

pode parecer esquivo

como uma brisa vagabunda.

Remanesce a lucidez

na crueldade de fazer de nós

seres pequenos, patéticos

e de rostos pardos.

E a magia ?

Essa revolve-se no seu ciclo:

Tresloucada, desvanece

no turbilhão da tempestade

que por sua vez se dissolve

no fluir do esquecimento

e este faz-se rio,

mas tudo,... tudo por magia,

obviamente.

.

3

E até pode parecer,

no silêncio das coisas,

que a vida se aquieta

ou que o caos abdica;

Mas há um perigo

porque sobeja a solidão,

noutra ironia do destino.

Pois que fiquem os caminhos

por descobrir !

Evitem-se as encruzilhadas

do desconhecido !

É que a dor não morre

e é consorte do medo.

A dor oculta-se,

faz-se adormecida

para iludir a gente.

E, claro que sim,

a gente morre, felizmente,

porque é um morrer

em que se liberta mais vida,

em que se renova a paz

para um novo despertar

à flor da pele

e Florescer !

Amar ! Viver !

.

_____________________LuMe

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 03/04/2018
Código do texto: T6298597
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.